Exposição evidencia a história dos pracinhas na reconstrução da paz, após o fim da guerra
O Museu da Paz recebe até 7 de junho exposição sobre a história da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na reconstrução da paz, após o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945.
José Ribeiro
Depois dos combates, os pracinhas brasileiros permaneceram por vários meses em solo italiano, assumindo novas funções em uma Europa devastada. Sua missão passou a ser a reconstrução da paz, auxiliando na reorganização das cidades, oferecendo ajuda humanitária e mantendo a ordem em um país marcado pela destruição.
A mostra apresenta uma seleção de documentos originais que retratam o cotidiano dos soldados em um período de transição. Cartas e cartões-postais revelam sentimentos de saudade e esperança. Há, também, licenças e salvo-condutos, ou seja, documentos que autorizam o trânsito livremente, além de fôlderes turísticos, ingressos de teatro e cinema, que demonstram o vínculo com a cultura local. Cédulas dos aliados refletem as adaptações econômicas do pós-guerra.
Cada item exposto testemunha a presença brasileira não apenas como força militar, mas como agente de solidariedade, reconstrução e diálogo. Mais do que relembrar feitos de bravura nos campos de batalha, a exposição homenageia o lado humano dos pracinhas, homens que, após a vitória, continuaram lutando, agora pela estabilidade e pelo recomeço.
Em meio às ruínas e ao silêncio do pós-guerra, a atuação dos pracinhas revelou o compromisso do Brasil com os ideais de paz e democracia. “Trata-se de uma oportunidade única de mergulhar em uma narrativa construída com papéis, memórias e gestos que também fazem parte da história da vitória“, destaca a chefe dos Museus, Ivana Cavalcanti. A Curadoria da exposição é do museólogo Gustavo F. Voltolini.
História – A Segunda Guerra Mundial foi um conflito militar global que durou de 1939 a 1945. Teve como ponto de partida a invasão da Polónia pela Alemanha, em 1 de setembro de 1939, e terminou com a rendição do Japão, em 2 de setembro de 1945. Os principais grupos foram os Aliados (Reino Unido, França, União Soviética e Estados Unidos) e as potências do Eixo (Alemanha, Itália e Japão). A batalha resultou em cerca de 55 milhões de mortes e teve um impacto global, com consequências políticas, sociais e econômicas duradouras. Foi marcada por eventos como o Holocausto e o uso de armas atômicas.
O Brasil declarou guerra ao Eixo em 22 de agosto de 1942 e enviou a Força Expedicionária Brasileira (FEB), composta por 25.334 pessoas, em 1944. Destas, aproximdadamente 54 eram de Jaraguá do Sul e 98 da região do Vale do Itapocu, segundo o historiador, Ademir Pfiffer, autor do livro “Os Catarinas na II Guerra Mundial: narrativas, trajetórias e memórias – FEB, ANVFEB, Museu da Paz e AAMPAZ, a ser publicado.
A FEB esteve em diversas cidades italianas durante a Segunda Guerra Mundial, incluindo Nápoles, onde a FEB desembarcou, em 16 de julho de 1944 (fotos);
Tarquinia; Massarosa; Camaiore; Monte Prano; Monte Castelo, local de uma das principais vitórias da FEB, conquistada em fevereiro de 1945; Castelnuovo; Livorno; Montese, tombada pela FEB em abril de 1945, numa batalha sangrenta; Zocca; Fornovo di Taro, local de captura de mais de 15 mil soldados alemães, em abril de 1945; Alesandria e Turim. (Fotos históricas e pesquisa: Força Expedicionária Brasileira)
Horário de visitação: De segunda a sexta-feira, das 7h30 às 11h30 e das 13 às 16h30. Sábados legais: das 9 às 12 horas.
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